Pai ou Padrasto? O amor independe de rótulos!
Olá, pessoal! Aproveitando essa semana agitada de dia dos pais, vim aqui fazer uma reflexão com vocês sobre meu lado pai sem ser pai de fato! Acredito que muitos aqui já saibam que o Caio, filho da Ana, não é meu filho! Sim, sou padrasto do Caio! O que muita gente não imagina é que existe um lado romântico da vida de padrasto que é o de se colocar no lugar do pai.
É bem comum a gente ouvir: “amo como se fosse meu filho!”. Bom, eu NÃO kkkkk. Mas calma que eu vou explicar!
Padrasto? Ahn?
Quem são?! Onde vivem?! O que comem?! Tá aí um “título” que ninguém sonha em ter ou ser na vida! Sério gente, estou falando a real! Ninguém planeja a sua vida pensando: “Vou encontrar alguém, ter um (a) filho(a) com essa pessoa, e depois encontrarei uma pessoa pra ser padrasto do meu filhote!” ou “Espero encontrar uma pessoa super bacana que tenha um filho bem legal!” Simplesmente não é algo que a gente coloca dentro dos nossos objetivos de vida!
Sobre meus medos…
Lembro quando encontrei o bilhete da Ana no para-brisa do meu carro! Conheci uma mulher sensacional! Logo vi que tinha um filho, que na época, havia acabado de completar 9 anos. No começo era algo indiferente pra mim, mas quanto mais a conhecia, mais eu gostava dela e mais medo eu sentia.
Medo de conhecer o filho, de me apegar e de caso as coisas não dessem certo, ter de perdê-lo (quando os relacionamentos acabam, o amor pelos agregados continua, e quem já passou por isso sabe como dói!). Medo de passar de um menino #lbça (lambança) pra alguém que agora precisava servir de modelo e exemplo pra outra pessoa. Confesso que por muito tempo esse medo me dominou, não conseguia dar um passo à frente, travei.
Casamento é outra história…
Graças a Deus, tinha uma moça bonita muito determinada em meu caminho e conseguimos seguir em frente. Enquanto namorados, tudo é fácil. Encontra-se pouco, não tem dia a dia, tomada de decisão, quando tem stress cada um vai pro seu canto, e assim foi. Tudo lindo. Mas quando casamos, foi um baque!
Sair da casa dos pais, iniciar uma nova vida, nova rotina, novas responsabilidades, mas não a dois, a três. Acredito que fui péssimo nas primeiras semanas, omisso, egoísta e deixava tudo cair no colo da Ana. Se havia algum problema, me isolava em um canto, e eles que se virassem. Mas como sempre, ela me ensinou a enxergar as coisas de outra forma, e nossa vida mudou. Viramos uma família!
Convivendo com amor, leveza e zoação…
Eu e o Caio construímos uma relação que não tem títulos: não é amigo, não é pai e tão pouco padrasto. É muito mais e é de muito amor! Ele aguenta todas as minhas encheções de saco, e te digo que são muitas. É meu companheiro de assistir jogo, de gordices, de fazer surpresa pra mãe, e de sacanear ela também.
Então, voltando ao rótulo de “padastro”, a figura do “drasto” é sempre desenhada como algo ruim, o bruxo, maldoso, quem vai querer ser isso? Não é à toa que assusta tanto as pessoas! Mais uma vez, crenças imbecis e limitantes nos coloca em uma miopia voluntária, onde tiramos do nosso campo de visão tudo que não está no “padrão”.
Caio tem um paizão!
Ser padrasto é uma honra e um presente! Ao invés de encontrar uma pessoa pra amar, encontrei duas! Sempre me refiro como padrasto e não como pai do Caio! Por quê? Simplesmente porque o Caio tem um pai. Aliás, um paizão! Um cara sensacional, presente, referência pra ele e o qual eu admiro muito! (Eu, ele e Ana temos uma relação muito saudável da qual nada posso reclamar! Ana e Thiago tem uma relação ímpar de amizade e companheirismo, o que facilitou muito nossa caminhada como família).
Não, eu não amo o Caio como se fosse um filho!
Mencionei mais acima que não falo que amo o Cacaio como se fosse um filho! Sim, é isso mesmo! De fato, eu não tenho filho, ué! Não sei o que é o amor de um pai pra um filho e não vejo a necessidade de rotular o que eu sinto pelo Caio!
Não sou, não quero e não preciso ser pai do Caio, o que não me impede de ser uma figura paterna, dar conselhos paternais, etc. Tenho amigos e parentes que foram figuras paternas em minha vida, mesmo eu tendo o melhor pai do mundo. Rotular amor é algo desnecessário, eu sei o quanto amo Caio e tento demonstrar para que ele sinta e saiba!
Claro que durante toda a nossa adaptação a três, tiveram dificuldades, recuperação no colégio, brigas, desentendimentos, mas o amor e respeito sempre prevaleceram. Hoje, já quase do meu tamanho, só posso desejar que o futuro do Caio seja brilhante. Tenho muito orgulho da pessoa que ele é, e mais ainda do quanto tem evoluído a cada dia.
Um presente na minha vida!
Sempre estarei ao lado dele e da Ana! Bom, em resumo, quando Ana colocou o bilhete no meu carro, ela tinha um filho, e hoje eu tenho muito mais que um! Convido você a tirar “padrasto” e “madrasta” do lado ruim do dicionário! Seja pra você, seja pra alguém que você encontrar na sua vida, seja para uma próxima geração.
Não feche seus olhos e seu coração para uma pessoa só porque ela tem um filho, ou por qualquer outro tipo de medo. Esse pode ser seu maior presente!
Uma semana muito abençoada para você e toda sua família e um super feliz dia dos pais!!!
Beijos do Gordo!